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Cisne

Ocasionais são as perdas de uma vida,
Simplistas, futilidades obscuras.
A perda que ansiou, conquista abatida,
de um coração repleto de fissuras.
De onde escorre o sangre, negrume, empoça;
Lago de águas negras, reflete meu destino
Emerge minhas figuras, meu medo vespertino.
a ferida sem cura, sua, minha, ou nossa.
Entoa o canto sombrio, seu canto ilusório.
Meu cisne negro que sem mim, suas asas nem batem.
Não nada, só chora, nevoado, incorpóreo,
lindo cisne, chama-me antes que neste mundo me matem.
Possua-me, já que um dia encontraremos na morte,
o caminho para o eterno.
Meu demônio de amor dilacerante,
leve-me a seu inferno,
encomende-me sua sorte.

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